quinta-feira, 14 de abril de 2011

Entrevista com João Guilherme, Narrador do Sportv!



João Guilherme de Miranda Carvalho, carioca de Niterói. Jornalista, e hoje trabalha como narrador esportivo no canal Combate, no Sportv e PFC. E como locutor esportivo na Rádio Manchete.






1 - João, quando você iniciou sua carreira?

Na rádio carioca em 1988 com João Adad me dando a oportunidade de ser do plantão esportivo.

2 - E como foi pra você, carioca de Niterói, passar 4 anos em São Paulo? Foi proveitoso?

Muito proveitoso, amadureci muito como profissional e pessoa. Fui para a rádio Gazeta e depois fiz um teste no Sportv e virei narrador do canal campeão lá em Sampa.

3 - Você chegou no Sportv em que ano? E como tem sido essa experiência?

Em 1997, indicado por Mauro Beting que trabalhava comigo na rádio Gazeta. Nunca tinha imaginado trabalhar em tv, meus sonhos eram todos voltados ao rádio, mas tem sido algo maravilhoso nestes quase 14 anos.

4 - Você prefere narrar na tv ou no rádio? E é muito diferente uma coisa da outra?


Não tenho preferência, no rádio o desgaste físico é maior porque você fala muito mais, na tv o desgaste é mais mental, porque tem uma série de detalhes como a atenção com a imagem e muita gente falando no seu ouvido. São dois veículos incríveis e que cada um tem o seu próprio espaço.

5 - Que outro esporte você gosta de narrar, além do futebol?

Gosto muito de narrar basquete, acho emocionante aqueles momentos finais. Aprendi a gostar de narrar MMA também, no início não curtia, mas hoje curto bastante. 

6 - Como surgiu seu famoso bordão "que desagradável"?

Por acaso, um dia o Pet em um jogo entre Flamengo x Cruzeiro em 2001 no mineirão, pisou na bola e caiu em cima dela. Na hora falei "que desagradavel". Nesse momento o Raul Plassmann que estava comigo na transmissão disse que aquilo era muito bom. No outro dia várias pessoas falaram comigo sobre o bordão, mas não esperava que fosse ganhar tanta força como ele tem. Onde vou no brasil ouço o "que desagradável".

7 - Quem foi sua referência na TV e no Rádio?

Meu ídolo na narracão esportiva é Osmar Santos. Um locutor a frente do seu tempo. Um gênio que mandava mensagem contra a ditadura nas transmissões de futebol, por isso se tornou o locutor das diretas.

8 - Quem  foi o seu maior ídolo no futebol?

O meu maior  ídolo no futebol foi o Zico.

9 - Qual seu time de infância? (sem ficar em cima do muro hein! rs)

Pula essa, que desagradável, rs!!!!

10 - Qual o jogo mais marcante do Flamengo que você narrou?

A final do campeonato carioca de 2004 com três gols do Jean, o Flamengo venceu o Vasco.



11 - O que você diria da torcida do Flamengo? Faz a diferença mesmo?

A torcida do Flamengo é a maior do mundo! Ganha no volume, no grito... existem outras torcidas incríveis e apaixonadas , mas a do Fla sempre é maioria e faz diferença.

12 - O que a torcida do Fla mais gosta de ouvir nas suas narrações é o "Faz a festa a maior torcida do Brasil", Mais um bordão marcante não é? 

Acho que o torcedor do Fla tem orgulho disso, do time de maior torcida do Brasil, meus amigos de São Paulo ficam bravos comigo porque dizem que a do corinthians é maior, mas as pesquisas apontam a do Fla. O bordão pegou sim e admito que fica bonito quando aparece a torcida e eu falo "faz a festa a a maior torcida do Brasil"

13 - Você acha que o Vanderlei Luxemburgo está usando a escalação ideal? Por que?

A impressão que tenho ê que ele não achou o lateral esquerdo e o atacante, o Deivid que ele apostava não pegou e não tem um um lateral de nível na esquerda. O time tem algumas deficiências.

14 - Se você fosse o presidente do clube, traria o "pacote Adriano"?

Claro que não e não entendo o torcedor e parte da imprensa pedir e valorizar um cara que é um péssimo exemplo de profissional. Ele é ótimo dentro de campo, mas o kit-problema que ele carrega é maior que o futebol dele.


15 - Como avalia a administração da presidente Patrícia Amorim?

No início foi vítima de preconceito por ser mullher e dirigir o time mais popular do Brasil. Pecou pela inexperiência, mas as contratações do Ronaldinho e Thiago Neves fizeram a torcida admirá-la.

Queremos agradecer a você João pela oportunidade da entrevista e pela sua gentileza conosco! Parabéns pelo seu trabalho, e mais sucesso ainda na sua carreira, e continue assim, pra mim o melhor narrador da tv brasileira!!

Muito obrigado pela oportunidade, obrigado pela atencão muito sucesso para todos e para o Blog. Tudo de bom para vocês. Abs @JoaoSportv!



@CRFHEXA e @ERICO_FLA

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando o Dia se Fez Noite: Duas Estórias de Zico Contra o Flamengo

O Flamengo ainda sangrava a perda de Zico para a Udinese, e fez as malas para ir à Itália. Era o dia 20 de junho de 1983 e, na véspera, o time havia realizado sua primeira partida desde a venda de seu maior ídolo. Sem alma, o Flamengo perdeu um amistoso para o Uberlândia. Mas não havia tempo para lamentos e um dia após a derrota a delegação já estava no Galeão, para seguir rumo ao Mundialito de Milão. Antes, no entanto, uma amarga pausa em Udine. Zico estrearia pela Udinese justamente contra o Flamengo. Na fila do embarque, perguntado se estava pronto para enfrentar Zico, Mozer nem levantou a cabeça para responder: “Nunca vou estar pronto para isso.”
Zico também não estava pronto para enfrentar o Flamengo. Era para ele a festa no estádio de Friuli no dia 22 de junho, mas Zico não estava para festas. O jogo marcava também a despedida de Surjak do time italiano, e Zico entraria em seu lugar aos 40 minutos do primeiro tempo para jogar somente até o final daquela etapa. Cinco minutos que pareceriam séculos.
Do banco, com a camisa do adversário do Flamengo, Zico viu o time que defendeu desde a adolescência desnorteado. Dificilmente escaparia de uma goleada e ele não só não poderia ajudar, como estava do outro lado. A Udinese vencia por 2×1 quando Zico foi chamado para o aquecimento, sob aplausos. Aos 40 minutos, entrou no lugar de Surjak. Zico estava contra o Flamengo.
Estava? O primeiro lance de Zico com a camisa da Udinese foi um lançamento logo, de trinta metros. A bola parou no peito de Júnior. Nada poderia ser mais emblemático. Pouco depois, Zico tentou e errou uma tabela. Seu corpo estava na noite do Friuli, sua alma estava no Maracanã. E acabou o primeiro tempo.
Disse Zico: “O pior foi a espera pelos cinco minutos, sentado no banco de reservas do meu novo clube, aguardando a hora de fazer uma coisa que jamais imaginei: jogar contra a camisa que foi minha metade da vida. Uma sensação muito desagradável, porque eu via que o Flamengo não estava bem.” O jogo seguiu sem Zico e a Udinese, perdendo muitos gols, venceu por 4×2. Mais tarde, todos os rubro-negros puderam ouvir, pela Rádio Tupi, o relato de Mozer
sobre o que sentiu quando Zico entrou em campo: “Foi como se um dia de sol, de repente, virasse noite”.
Pelo menos para um rubro-negro, a estranha sensação de ver Zico contra o Flamengo havia acontecido dois anos antes. Zé Carlos era o goleiro dos juniores do Flamengo em 1981, e o time de garotos foi chamado para enfrentar a seleção brasileira principal, no dia 5 de maio. Era apenas um coletivo no Maracanã, parte da preparação do Brasil de Telê Santana visando a excursão européia. Nada disso importava a Zé Carlos, que só tinha um pensamento: “Zico vai jogar contra o Flamengo e eu sou o goleiro”.
O Maracanã estava fechado para o público, mas Zé Carlos sentia aquelas arquibancadas lotadas. A seleção, de camisas de treino, cercava os juniores do Flamengo, com suas camisas de jogo. “Eu não posso deixar Zico fazer um gol contra o Flamengo”, repetia mentalmente o jovem goleiro. César marcou 1×0 para a seleção e o treino se aproximava do final, com Zico jogando longe da área.
Então aconteceu um pênalti. Para todos, só mais um lance do coletivo, que seria esquecido na história. Para Zé Carlos era um pênalti que Zico cobraria contra o Flamengo, com ele no gol. Zico contra o Flamengo era a inversão da ordem natural das coisas, mas lá estava ele ajeitando a bola na marca fatal.
Zé Carlos via quase todos os dias Zico cobrando pênaltis na Gávea. Canto direito, canto esquerdo, não havia como prever. O único padrão era a bola entrando rente ao poste. Não bastava acertar o lado, era preciso saltar como nunca.
Com o sol na cara, Zé viu seu ídolo correr para a bola e pensou “vou para o canto esquerdo”. Quando Zico firmou o pé de apoio, Zé Carlos voou com as mãos espalmadas. Em câmera lenta, viu a bola crescer em sua direção, mas não parecia possível alcançá-la. Esticou os braços até o limite da musculatura e, de olhos fechados, sentiu que algo havia tocado a ponta de seus dedos. Quando caiu no chão, abriu os olhos. A rede não estava balançando e a bola quicava além da linha de fundo.
Zico se aproximou do jovem Zé Carlos, passou a mão em sua cabeça e disse: “Boa, garoto”. Mais tarde, no ônibus a caminho de casa, o goleiro não parava de pensar que havia evitado o incestuoso gol de Zico contra o Flamengo, e chorava um choro tão silencioso quanto o Maracanã vazio naquela tarde de terça-feira. Quando fechava os olhos, ainda podia ouvir a voz de Zico: “Boa, garoto”.
Há uma terceira história de Zico contra o Flamengo. Ela aconteceu no dia 21 de junho de 1994 e o Flamengo venceu o Kashima Antlers por 2×1. Mas essa é uma história que não vai ser contada, porque o dia em que Zico abandonou os gramados não deveria jamais ter existido.

SRN!

domingo, 10 de abril de 2011

Alô Realengo, Thiago Neves mandou um abraço...



Antes da partida, momento marcante com a bela homenagem das duas torcidas as vítimas da tragédia de Realengo e a homenagem dos jogadores também, com as camisas pretas e as faixas, e bom destacar também que é raro respeitar 1 minuto de silêncio no futebol brasileiro, hoje o fizeram, foi bonito, parabéns!!

Agora futebol, joguinho morno e parado na primeira etapa. Ninguém criou nada, Botafogo só sabe cruzar e o Flamengo no toque de bola tenta encostar na área do adversário. Deu certo? Deu! Mengão abriu o placar em boa jogada do Renato Abreu, Thiago Neves empurrou e fez 1x0  no melhor estilo Deivid! E por falar em Deivid...não tem como mesmo, ele não consegue acertar NADA. Acredito que não tem mais o que apostar, é banco e quando ninguém estiver disponível ele entra pra fazer número!


Bom, no 2º tempo o Fla foi pra cima do botafogo, claro, time melhor e ganhando o jogo...ou não né?! Na verdade, na segunda etapa o Mengão recuou(como sempre) e deixou o foguinho gostar do jogo, nada demais também, pois a partir do momento que a zaga tira as bolas de cabeça, nada mais pode fazer o carente timinho do botafogo. E como cruza o vice do paraguai, foram 36 cruzamentos, Harry Potter vai ter um trabalho complicado pela frente pra fazer esse time jogar. Bom, voltando ao que interessa: Fla jogou no contra-ataque, mas sem muito sucesso. No final do jogo, depois da bela jogada de Léo Moura, Thiago Neves fez o segundo e fechou o caixão. Aliás, como tem jogado o Thiago Neves, uma vontade impressionante, está conseguindo deixar pra trás um passado obscuro em uma ratoeira das laranjeiras. Ronaldinho Gaúcho também mostra vontade, até demais em alguns casos...mas sempre com passes precisos mostra que tem futebol de sobra pra brilhar nos gramados brasileiros...se tivéssemos um atacante pra receber essas bolas hein?(Vem Love!). Alvim não comprometeu hoje, parece que aprendeu a lição, faz o feijão com arroz sem inventar que dá certo. Mas claro que precisamos de um LE urgente! Willians...o que falar do Pitbull?! O cara é raça pura o jogo inteiro, sempre o melhor em campo. A zaga hoje, sem cornetas...bem postada e anulou muito bem a única jogada do foguinho, David e Welinton devem estar com dor de cabeça de tanta bola cortada! Felipe..ele jogou? Nem vi em campo!


Resumindo..é isso, Mengão venceu mais um jogo sem complicações contra mais um freguês, garantiu três pontos e avançou pra semi-final da Taça-Rio! Invencibilidade de 21 jogos, batendo a recente marca do Violino em 99. Os resultados estão vindo, Mengão continua sem freio, tá jogando muito? Empolgante demais? Brilhando? Não! Mas quem disse que precisa?!

SRN


@CRFHEXA